quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Augusto dos Anjos, aluno e professor do Liceu




            O poeta Augusto dos Anjos iniciou os estudos de humanidades no Lyceu Paraibano, em 1900, aos 16 anos de idade. Lá, se tornou amigo de Orris Soares, que, ao lado do irmão Oscar, fundou o jornal o Norte, em 1908. Seus estudos iniciais foram em casa, no Engenho Pau-d’Arco, município de Cruz do Espírito Santo-Pb, e seu pai, o bacharel Alexandre Rodrigues dos Anjos, foi seu professor. No Lyceu os mestres ficaram impressionados com os conhecimentos do adolescente, porque, sem ter freqüentado a escola regular, sabia mais que os outros colegas. 

            Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos, nasceu aos 20 de abril de 1884. Sua mãe se chamava Córdula Carvalho Rodrigues dos Anjos. Em 1901 publicou seus primeiros poemas no jornal O Comércio, e em A União. Seu ingresso na Faculdade de Direito do Recife ocorreu em 1903. No ano de 1907, já formado em Direito, Augusto dos Anjos dava aulas particulares de Português e isto garantiu sua sobrevivência por vários anos. Nessas aulas privadas foi um mestre-escola, modesto, esforçado. Nos anos 20, por causa do sucesso de seu livro EU, seus inéditos e suas cartas eram disputados, e era uma glória ter sido aluno do poeta Augusto dos Anjos, uma honra também para o Lyceu.

foto do blog almadepoeta.com, em Sapé

A nomeação para o cargo de professor interino do Lyceu Paraibano se deu em 1908. Lecionou por apenas dois anos. Em 1909, no dia 13 de maio, profere conferência sobre o 17º aniversário da Abolição da Escravatura, no Teatro Santa Roza, na presença do presidente da Paraíba João Lopes Machado. Em 1910, o poeta casou-se com a professora Ester Fialho. O casamento foi na igreja Nossa Senhora da Conceição, ao lado do Palácio do Governo. O casal teve os filhos Glória e Guilherme.

            Em agosto de 1910 o poeta pediu ao então governador, João Machado, licença para ir ao Rio de Janeiro, sem perder o emprego de professor. A licença foi negada. Augusto dos Anjos resolveu deixar o Lyceu e muda-se para o Rio de Janeiro. Na então capital federal ensinou na Escola Normal e em seguida no tradicional Colégio Pedro II. Seu único livro “EU”, custeado pelo irmão, foi publicado em 1912, com apenas 1.000 exemplares. A obra teve grande impacto na crítica e até hoje é debatida por críticos literários e fonte de pesquisa para estudantes.

            No ano de 1914, em Leopoldina, Minas Gerais, Augusto dos Anjos foi nomeado diretor do grupo escolar Ribeiro Junqueira. No dia 12 de novembro daquele ano morre vítima de pneumonia. 

            No ano 2000 A União publica a série Paraíba – Nomes do Século. O título nº38, escrito pelo jornalista e poeta Linaldo Guedes, foi sobre a vida e obra de Augusto dos Anjos. Em 2001 Augusto dos Anjos foi eleito em votação popular, o Paraibano do Século. Na atualidade, dezenas de sites na rede mundial de computadores tratam sobre a poesia de nosso poeta maior, que foi aluno e professor do Lyceu.