Celso Furtado
“No Liceu Paraibano havia um seminário de confrontação de idéias e
recordo-me de que fiz uma conferência, citei Max Beer e outros
escritores de esquerda. Os integralistas caíram em cima de mim com
críticas acerbas”. As declarações acima são do economista Celso Furtado
publicada no ano 2000 na revista Celso aos 80, por ocasião do
“Seminário Celso Furtado e o Pensamento Latino Americano”. O evento
marcou os 80 anos do idealizador da Sudene. Vejamos outro depoimento do
mestre Furtado: “O período que vai de 1930 a 1937, quando ingressei no
mundo como pessoa pensante, foi extraordinariamente rico no Brasil,
porque o país reencontrou-se com seus problemas”.
Nascido aos 26 de julho de 1920 na cidade de Pombal, Sertão paraibano,
Celso Furtado iniciou os estudos secundários no Lyceu Parahybano em
1932, aos doze anos de idade. Foi contemporâneo, nos bancos do Liceu, do
jovem Ascendino Leite. Celso Furtado concluiu os estudos em Recife, no
Ginásio Pernambucano, porque naquela época não havia no Liceu o curso
completo.
No Liceu o futuro criador da Sudene aprendeu inglês e francês. Na
tradicional escola, o adolescente foi um dos líderes do movimento de
esquerda. Segundo ele próprio, “líder puramente intelectual porque não
tinha qualquer atividade política”. Consideramos ele o mais importante
intelectual paraibano, na nossa modesta opinião, o cidadão do mundo é o
Paraibano do Século XX.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Liceu ganhará piscina semiolímpica
O Liceu Paraibano vai ganhar uma piscina semiolímpica. Vai haver reforma também do ginásio de esportes. A boa notícia foi anunciada na manhã desta quinta-feira (23) pelo governador Ricardo Coutinho, no Palácio da Redenção.
Além do Liceu
Paraibano e do ginásio esportivo e haverá reformas dos ginásios das escolas Argentina
Pereira Gomes, IEP e Olivina Olívia. O Liceu ganhará uma piscina
semiolímpica com arquibancada coberta em policarbonato, salas
multimídia, informática, banheiros e vestiários. Os investimentos serão
superiores a R$ 6 milhões. "Essas reformas vão dar a esses colégios uma
condição extraordinária para melhoria das condições da prática dos
esportes”, citou Ricardo Coutinho.
A estudante do Liceu paraibano,
Fernanda Keylla, disse que o ginásio tem rachaduras, é muito abafado e
insuficiente para a quantidade de alunos. "Estamos felizes com esse
anúncio do governador, que vai reformar a escola, o ginásio e fazer um
parque aquático. Isso vai estimular a prática esportiva pelos
estudantes”, afirmou.
domingo, 19 de agosto de 2012
Alaíde Chianca: “O Liceu foi a base da cultura e da educação na Paraíba”
A professora Alaíde
Chianca, que ensinou no Lyceu e foi vice-diretora, revela que foi um época
muito importante para ela. Seu período no Lyceu foi no final dos anos 50 e
início da década de 60. Iniciou como auxiliar na disciplina de francês. Depois
de cinco anos, foi aprovada em concurso e ocupou o cargo de professora como
efetiva. (diploma de catedrática).
Com a fundação da
Universidade Federal da Paraíba, pelo governador José Américo de Almeida,
ingressou como professora da UFPb. Antes, teve formação no Curso
Franco-Brasileiro, onde estudaram muitos intelectuais. “Veio daí essa amor à
França”. (por 22 anos esteve à frente da Aliança Francesa).
Chegou a ensinar
inglês e português no Lyceu mas por pouco tempo. Sua disciplina foi o
francês.
O Lyceu se
salientava. Não existia cursinhos mas todos os alunos do Lyceu que iam prestar
exames no Recife, eram aprovados. A professora Alaíde informou que o senador
Otacílio de Albuquerque, que depois do mandato voltou para ensinar no
educandário, também passou pelo Lyceu. A
escola marcava época na vida de cada um, segundo Alaíde Chianca.
Alaíde foi
vice-diretora no Governo Pedro Gondim e lá passou sete anos no cargo. Como
professora foram 26 anos. Lembrou alguns nomes de sua época do Lyceu: Álvaro de
Carvalho que havia sido interventor da Paraíba e voltou para ensinar. Professor
Emanuel de Miranda Henriques (médico e diretor). Naquela época ninguém possuia carro. De
acordo com Alaíde, no Lyceu havia apenas dois automóveis. O usado pela diretora
Daura Santiago e ela, além do carro do Dr. Emanuel.
Outro grande mestre
foi Milton Paiva que deixou o Lyceu para ser diretor da Faculdade de Filosofia.
O artística plástico Flávio Tavares foi aluno de Alaíde. Ainda hoje são amigos.
Tem obras dele em seu apartamento na avenida Cabo Branco. Contou que certa vez Flávio Tavares foi
chamado à diretoria. Enquanto conversava com Alaíde ele desenhava e apresentou
um belo desenho.
Alaíde Chianca
acrescenta que o Lyceu era considerada a faculdade da Paraíba. Joacil de Brito
Pereira, que foi presidente da Academia Paraibana de Letras, foi aluno e já
demonstrava o dom da oratória. Geralmente era o aluno convidado para
representar os alunos como orador da turma. “O Liceu foi a base da cultura e da
educação na Paraíba”, revela a professora Alaíde.
Outro nome de
destaque foi Manoel Cavalcante de Sousa, professor de filosofia. Também dirigiu
o Liceu.
Declarou que é
importante que seja feita reciclagem com os professores, com cursos que
aprofundem o conhecimento do magistério, a exemplo do passado. Naquela época
todos professores faziam esses cursos.
Sobre a Aliança
Francesa, Alaíde Chianca disse que surgiu a partir de muita força de vontade do
governador José Américo de Almeida. Para implantar o curso de Letras na UFPB,
era preciso dispor de um professor de inglês e outro de francês. De quatro em
quatro anos o professor de francês era substituído, para que cada um não fosse
perdendo o idioma, seus conhecimentos, a perfeição na sua língua.
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Lyceu Parahybano – Alunos e Mestres Livro destaca a trajetória de liceanos que se projetaram na vida pública
Lyceu Parahybano – Alunos e Mestres” é o título do
livro do jornalista Josélio Carneiro que deverá ser lançado neste ano de 2013,
nos seus 177 anos de fundação. O Liceu Paraibano foi criado em 1836. O enfoque do
livro são nomes de homens e mulheres que passaram pelo Liceu como alunos,
professores ou diretores e que se tornaram personalidades públicas na política,
na cultura, no jornalismo.
O “Lyceu Parahybano – Alunos e Mestres”, registra a
fundação da escola que foi a matriz intelectual da Paraíba, berço do jornalismo
e da cultura aqui no Estado. O Lyceu recebeu a visita de Dom Pedro II em 1859,
quando ainda funcionava no prédio onde hoje é a Faculdade de Direito da UFPB,
centro da capital, ao lado do Palácio da Redenção.
O prédio atual do Liceu foi construído em 1937 na
gestão do interventor Argemiro Figueiredo. O Liceu é nove meses mais antigo do
que o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Teve três décadas de glória, entre
1907 e 1936. Vários governadores da Paraíba estudaram, ensinaram ou dirigiram o
Liceu.
O centenário jornal A União e o IHGP – Instituto
Histórico e Geográfico da Paraíba foram concebidos em reuniões realizadas nas
dependências do Lyceu Parahybano. O colégio é o símbolo maior da educação
pública na Paraíba, origem da intelectualidade e do jornalismo paraibanos.
O livro não será uma versão atualizada da história do
Lyceu, apenas fará registros sobre o perfil da escola e a respeito da
trajetória de sucesso de grandes nomes que por lá passaram e escreveram páginas
do desenvolvimento da Paraíba ao longo de suas vidas.
Um dos nomes mais importantes da Paraíba, do Nordeste,
do Brasil e referência na economia até internacional, o paraibano de Pombal,
Celso Furtado é um dos destaques da obra. O mestre Celso Furtado estudou no Liceu
na década de 30. O economista, professor e fundador da Sudene é um dos homens
mais influentes do país. Na escola estadual foi contemporâneo do jornalista
Ascendino Leite. Outros nomes liceanos: o poeta Augusto dos Anjos, foi aluno e
professor, o cineasta Linduarte Noronha, o governador Antonio Mariz, a cantora
Elba Ramalho, dentre tantos outros personagens.
Nos arquivos do Liceu a ficha da aluna Elba Ramalho nos
seus 17 anos de idade. Os paraibanos conhecerão um pouco mais sobre a escola
nas páginas de “Lyceu Parahybano – Alunos e Mestres”. O colégio foi a base da
educação e da produção cultural da Paraíba. A pesquisa tem como principais
fontes o livro História do Lyceu Parahybano, de autoria do professor José
Rafael de Menezes, diversos números da publicação Paraíba – Nomes do Século,
série histórica produzida por A União no
ano 2000, além dos arquivos da própria escola e depoimentos de ex-alunos.
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