A professora Alaíde
Chianca, que ensinou no Lyceu e foi vice-diretora, revela que foi um época
muito importante para ela. Seu período no Lyceu foi no final dos anos 50 e
início da década de 60. Iniciou como auxiliar na disciplina de francês. Depois
de cinco anos, foi aprovada em concurso e ocupou o cargo de professora como
efetiva. (diploma de catedrática).
Com a fundação da
Universidade Federal da Paraíba, pelo governador José Américo de Almeida,
ingressou como professora da UFPb. Antes, teve formação no Curso
Franco-Brasileiro, onde estudaram muitos intelectuais. “Veio daí essa amor à
França”. (por 22 anos esteve à frente da Aliança Francesa).
Chegou a ensinar
inglês e português no Lyceu mas por pouco tempo. Sua disciplina foi o
francês.
O Lyceu se
salientava. Não existia cursinhos mas todos os alunos do Lyceu que iam prestar
exames no Recife, eram aprovados. A professora Alaíde informou que o senador
Otacílio de Albuquerque, que depois do mandato voltou para ensinar no
educandário, também passou pelo Lyceu. A
escola marcava época na vida de cada um, segundo Alaíde Chianca.
Alaíde foi
vice-diretora no Governo Pedro Gondim e lá passou sete anos no cargo. Como
professora foram 26 anos. Lembrou alguns nomes de sua época do Lyceu: Álvaro de
Carvalho que havia sido interventor da Paraíba e voltou para ensinar. Professor
Emanuel de Miranda Henriques (médico e diretor). Naquela época ninguém possuia carro. De
acordo com Alaíde, no Lyceu havia apenas dois automóveis. O usado pela diretora
Daura Santiago e ela, além do carro do Dr. Emanuel.
Outro grande mestre
foi Milton Paiva que deixou o Lyceu para ser diretor da Faculdade de Filosofia.
O artística plástico Flávio Tavares foi aluno de Alaíde. Ainda hoje são amigos.
Tem obras dele em seu apartamento na avenida Cabo Branco. Contou que certa vez Flávio Tavares foi
chamado à diretoria. Enquanto conversava com Alaíde ele desenhava e apresentou
um belo desenho.
Alaíde Chianca
acrescenta que o Lyceu era considerada a faculdade da Paraíba. Joacil de Brito
Pereira, que foi presidente da Academia Paraibana de Letras, foi aluno e já
demonstrava o dom da oratória. Geralmente era o aluno convidado para
representar os alunos como orador da turma. “O Liceu foi a base da cultura e da
educação na Paraíba”, revela a professora Alaíde.
Outro nome de
destaque foi Manoel Cavalcante de Sousa, professor de filosofia. Também dirigiu
o Liceu.
Declarou que é
importante que seja feita reciclagem com os professores, com cursos que
aprofundem o conhecimento do magistério, a exemplo do passado. Naquela época
todos professores faziam esses cursos.
Sobre a Aliança
Francesa, Alaíde Chianca disse que surgiu a partir de muita força de vontade do
governador José Américo de Almeida. Para implantar o curso de Letras na UFPB,
era preciso dispor de um professor de inglês e outro de francês. De quatro em
quatro anos o professor de francês era substituído, para que cada um não fosse
perdendo o idioma, seus conhecimentos, a perfeição na sua língua.
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