domingo, 19 de agosto de 2012

Alaíde Chianca: “O Liceu foi a base da cultura e da educação na Paraíba”




A professora Alaíde Chianca, que ensinou no Lyceu e foi vice-diretora, revela que foi um época muito importante para ela. Seu período no Lyceu foi no final dos anos 50 e início da década de 60. Iniciou como auxiliar na disciplina de francês. Depois de cinco anos, foi aprovada em concurso e ocupou o cargo de professora como efetiva. (diploma de catedrática).

Com a fundação da Universidade Federal da Paraíba, pelo governador José Américo de Almeida, ingressou como professora da UFPb. Antes, teve formação no Curso Franco-Brasileiro, onde estudaram muitos intelectuais. “Veio daí essa amor à França”. (por 22 anos esteve à frente da Aliança Francesa).
Chegou a ensinar inglês e português no Lyceu mas por pouco tempo. Sua disciplina foi o francês.  

O Lyceu se salientava. Não existia cursinhos mas todos os alunos do Lyceu que iam prestar exames no Recife, eram aprovados. A professora Alaíde informou que o senador Otacílio de Albuquerque, que depois do mandato voltou para ensinar no educandário, também passou pelo Lyceu.  A escola marcava época na vida de cada um, segundo Alaíde Chianca.
 
Alaíde foi vice-diretora no Governo Pedro Gondim e lá passou sete anos no cargo. Como professora foram 26 anos. Lembrou alguns nomes de sua época do Lyceu: Álvaro de Carvalho que havia sido interventor da Paraíba e voltou para ensinar. Professor Emanuel de Miranda Henriques (médico e diretor).  Naquela época ninguém possuia carro. De acordo com Alaíde, no Lyceu havia apenas dois automóveis. O usado pela diretora Daura Santiago e ela, além do carro do Dr. Emanuel.

Outro grande mestre foi Milton Paiva que deixou o Lyceu para ser diretor da Faculdade de Filosofia. O artística plástico Flávio Tavares foi aluno de Alaíde. Ainda hoje são amigos. Tem obras dele em seu apartamento na avenida Cabo Branco.  Contou que certa vez Flávio Tavares foi chamado à diretoria. Enquanto conversava com Alaíde ele desenhava e apresentou um belo desenho.

Alaíde Chianca acrescenta que o Lyceu era considerada a faculdade da Paraíba. Joacil de Brito Pereira, que foi presidente da Academia Paraibana de Letras, foi aluno e já demonstrava o dom da oratória. Geralmente era o aluno convidado para representar os alunos como orador da turma. “O Liceu foi a base da cultura e da educação na Paraíba”, revela a professora Alaíde.
Outro nome de destaque foi Manoel Cavalcante de Sousa, professor de filosofia. Também dirigiu o Liceu.

Declarou que é importante que seja feita reciclagem com os professores, com cursos que aprofundem o conhecimento do magistério, a exemplo do passado. Naquela época todos professores faziam esses cursos.

Sobre a Aliança Francesa, Alaíde Chianca disse que surgiu a partir de muita força de vontade do governador José Américo de Almeida. Para implantar o curso de Letras na UFPB, era preciso dispor de um professor de inglês e outro de francês. De quatro em quatro anos o professor de francês era substituído, para que cada um não fosse perdendo o idioma, seus conhecimentos, a perfeição na sua língua.

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